Mais uma vez me transporto da cadeira de onde estou sentada, e vejo a minha alma sobrevoar os jardins que se encontram próximo a minha varanda do segundo andar.
Deixo-me levar, e de olhos abertos sinto que me aproximo de um senhor com muita idade, que tranquilamente lê o seu jornal.
Fiquei ali sentada ao seu lado com esperanças de que ele notasse a minha presença, mas não notou. Eu como essência do meu corpo consegui saber telepaticamente dos seus sentimentos. Ele era viúvo e sentia saudades de sua falecida esposa. Tinha dois filhos, mas infelizmente um não lhe falava. E por conseguinte, ele tinha o jornal nas mãos e não sabia ler. Sentia-se triste por ver tantas fotografias que no seu entender não pareciam boas noticias.
E de repente, quando quase lhe caía uma lágrima no canto dos olhos, chegou um senhor da mesma idade que ele e sentou-se ao seu lado. Perguntou-lhe se haviam novidades no jornal. Ele por um minuto pensou em mentir e tentar inventar uma notícia qualquer, mas não o fez. Olhou para o homem e disse «Eu não sei ler meu amigo!» e o homem riu-se e disse «Eu também não, amigo!». Ambos riram muito e começaram a conversar sobre coisas do seu tempo.
Sobrevoei de volta para a minha cadeira satisfeita por ter visto como pode nascer uma amizade a partir de uma simples verdade.
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