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domingo, 7 de outubro de 2007

Capítulo 2 - Alma Gêmea

Alma Gêmea
(Joice Worm)

- Sei... – Resmungou Anabela, tentando sair da cama a puxar o cobertor por baixo da Carina.
- Estou muito cansada hoje também. Para mim, às vezes queria que o mundo parasse ou se acabasse. – Falou Carina, abaixando a cabeça em seu próprio colo.
- Calma amiga, passou-se alguma coisa?. – Anabela acariciou os cabelos sedosos da amiga e fez-lhe umas massagens em seus ombros.
- Nós mulheres, - Continuou Carina, levantando-se sem dar importância à massagem que Anabela lhe aplicava para relaxar - Apesar do meio que vivemos, situação financeira ou social em que nascemos, temos um papel importantíssimo nesta vida. Somos apaziguadoras, mediadoras, protectoras, responsáveis, amigas, confidentes, amantes, trabalhadoras, organizadoras e além de outras qualidades que nos envolvem, somos procriadoras e conselheiras. Portanto, não é fácil conseguir, ser tudo isto se não tivermos consciência das nossas capacidades espirituais. Independente do sofrimento pessoal que qualquer uma de nós esteja a passar, em parte, temos que nos atribuir alguma culpa. A vida é feita de ações e reações, é o chamado “efeito borboleta”, quando uma borboleta bate as asas na China, pode causar um furacão nos Estados Unidos. Isto prova que o mundo está interligado fisicamente e nós, por nossa vez, estamos ligados uns aos outros de tal forma que tudo o que nos acontece é exclusivamente da nossa responsabilidade. Se por acaso você tem uma planta que morre, é porque você não cuidou dela com a convêniencia que ela merecia. Há plantas que precisam de mais água que as outras, há plantas que precisam ser podadas de vez em quando, mas tens que fazê-la com muito carinho e passividade, como o “bonsai”. E assim é o ser humano. Assim é o tratamento que temos que dar às pessoas que envolvem a nossa vida. Nós somos mulheres. Nós temos vontades e ambições. E pode ter certeza que conseguimos tudo aquilo que queremos mais cedo ou mais tarde. Entretanto para que isto aconteça, temos que passar em vários testes. Um deles é o da convivência familiar. E assim começamos pela nossa primeira família, aquela que nos criou... Ali, aprendemos e seguimos a nossa vida.
- Nossa... Que grande discurso. Até parece que também estás no mesmo estado que eu, mas com um toque de revolta em suas palavras.
- O que me revolta é ver-te, como mulher, prostada em uma cama sem reagir às coisa que lhe acontecem.
- Eu sei Carina. Você tem toda razão, mas eu entrei em um estado de depressão que não sei como nem porque, sinto-me triste e sem forças para nada.
- Nem acredito no que estou ouvindo Anabela. Nem pareces a pessoa que conheço. Primeiro tens que levantar desta cama, abrir as janelas e arejar este quarto. Este teu estado de letargia fica mais agravado no meio desta escuridão.

1 comentário:

Sol da meia noite disse...

Sim, se queremos que algo perdure, temos que alimentar esse algo...

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