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domingo, 3 de fevereiro de 2008

Depressão do Idoso

Será que a depressão do idoso é diferente da depressão do adulto ou até mesmo da criança que ele foi... Esta mesma depressão vem de infância ou será que adquire-se com o tempo?

No ponto de vista do dia a dia, o idoso está constantemente a perder alguma coisa, quer seja a nível físico, material ou mental. Para não falar das doenças biológicas que lhe impulsionam a uma depressão involuntária.

Pesquisando, descobri que nos idosos a depressão pode ser dividida em três conceitos:

Depressão relativa, em referencia a algum trauma ocorrido, passando por um sofrimento profundo e pessoal.

Depressão secundária, devido a uma condição orgânica quando no seu estado patológico.

Depressão Endógena, finalmente, como sendo esta, ligada à sua personalidade. Este tipo parece vir ligado à sua maneira de ser desde sempre. São negativas ao longo da vida e ficam ainda mais depressivos no final dela.

Também podemos atribuir a gravidade de uma depressão do idoso, à sua condição ambiental, suporte social, perdas e limitações materiais, o próprio traço da sua personalidade, e conducta mental até chegar ao empobrecimento vital do seu organismo, levando-o a um isolamento, uma doença e por fim, à morte.

Como podemos ajudá-los...

Quando o idoso entra na fase da incapacidade da sua senilidade, começa por ficar estressado, sem forças musculares, ansioso e já não consegue orientar sozinhos a conservação dos seus bens. A partir daí, a sensação de perdas constantes começa a lhes massacrar e a demoralizar. Sente-se incapaz e inútil.

O que podemos fazer para ajudar, é tentar dar para o idoso, alguma tarefa que saiba que ele é perfeitamente capaz de fazer. Elogiar o motivo pelo qual prefere que ele faça ao invés de ser outra pessoa e mostrar a amigos ou familiares a tarefa concluída. Trata-se de um alimento ao ego. Trata-se de dar carinho com atitudes. Paciência e querer.

Verá como o idoso ficará orgulhoso de si mesmo e motivado para mais tarefas que lhes possa ajudar. Assim, ele esqueçera das dores, se sentirá feliz e você também.

Um beijo ao idoso que você tem em casa e à sorte que ambos tem de aprender.

Joice Worm

5 comentários:

No Limite do Oceano disse...

Joice…A minha avó ensinou-me muito, e os seus últimos dias lá em casa foram complicados. Apesar de não poder dar-lhe o teu beijo, recebo-o eu porque uma coisa que a minha avó me ensinou foi que a vida não é apenas tristeza nem alegria, muito menos ilusões e sonhos. A vida que partilhei com ela está repleta de momentos, uns bons outros nem por isso e uma das coisas que mais sinto falta além da sua presença entre uma infinidade de outras coisas são as histórias que ela me contava e isso já não encontro nos livros, na televisão e muito menos em todos nós. A melhor forma de aprendizagem é a partilhar, seja da forma como for.

Saudade é um termo único em português…é o que sinto, é o que sempre sentirei pelas pessoas que enchem o meu coração de amor. Ela encheu o meu, e sinto tanto a falta dela, mas as palavras nem servem para dizer, para explicar e muito menos dar vida aos seus últimos momentos comigo. Um olhar diz tudo, um toque é capaz de percorrer um corpo todo. É o que guardo, não tenho muito mais ao que me agarrar.

Soube a partir daquele momento que quando a vi partir, que a depressão que me assolou e tudo o que veio a seguir ensinou-me até agora a lição da vida que não queria.

Sei que este espaço não é o melhor para partilhar contigo um pouco do que passei, mas Joice uma coisa posso dizer aqui. O ser humano é mutável até um certo ponto, mas quando chegamos a certo estado espiritual não há depressão que nos faça mudar. Todos nós chegamos a um patamar que as desilusões da vida já não têm importância e quando alguém nos fere apenas com palavras, apenas temos que respirar fundo e pensar que o dia de amanhã será diferente.

Mesmo que não seja, não faz mal, o futuro não é estático, nem está escrito num livro, e os pensamentos são momentos fictícios prontos a serem a realidade do amanhã.

Deixo aqui um beijo especial para ti. Fizeste-me pensar em algo que não queria. Mas nem sempre o que não queremos não quer dizer que seja mau para nós. Não foi, porque recordar faz sempre bem à alma.

*Hugs n’ smiles*
Carlos

Joice Worm disse...

Ai Carlos, que lindo! Fiquei super emocionada com o que contou-nos e da forma como contou. Aliás, tu és "O Carlos". E tua avó deve ter sido uma mulher muito feliz por ter tido um neto com tu.
Sua depressão foi daquelas que aperta o coração até parecer que vem para fora pela boca. Uma tristeza que nem dá para descrever. E a saudade que fica, levamos até ser a nossa vez de ir.
Com certeza a sua avó não se sentiu só nem isolada. Graças a Deus. Mesmo assim... Continuo a enviar a ela, um beijo grande! E outro para ti.

Madalena Barranco disse...

Olá Joice, passei por aqui no Blogger para deixar-lhe um beijo e ler mais um pouco de sua arte. Lindo & sábio texto! Fazer a pessoa idosa ou até mesmo mais jovem sentir-se útil é remédio eficaz. Beijos.

Madalena Barranco disse...

Joice, querida, voltei aqui a seu pedido para reler seu texto com preciosas informações para entender melhor e ajudar o idoso. Amor, carinho, paciência e sabedoria! Por que se por um lado a tendência a depressão se manifesta mais dolorosamente nos idosos, por outro lado, a experiência de vida acumulada lhes permite, em alguns casos, aprender a lidar com o problema e até superá-lo. Adorei reler!

Beijos.

Joice Worm disse...

Oi Mada,
Coment atrasado o meu, mas providencial.
Noto pelas visitas diárias que este meu post é um dos mais lidos, mas infelizmente tenho poucas opiniões ou testemunhos. De qualquer forma, o texto nunca envelhecerá e servirá para qualquer tempo para outros idosos e para nós mesmo, quando lá chegar... Oxalá encontremos pessoas compreensíveis, né mesmo Maga? Bjs grandes para ti, linda!