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segunda-feira, 21 de maio de 2007

Agora ou nunca

Uma mulher entra no quarto onde ainda dorme o seu marido e diz: «Partimos hoje mesmo!». O homem, ainda um pouco atordoado pelo sono, pergunta que conversa era aquela de partir. Ela sem lhe responder, começa a tirar roupas de dentro das gavetas e a andar de um lado para o outro, como se não tivesse muito tempo para perder.
«Mulher, descansa. O que está fazendo?...», disse ele.
E ela então olha para o marido e diz:
«Passei quarenta anos da minha vida a trabalhar naquela fábrica. Dediquei toda a minha juventude para tentar estabilizar a minha vida financeira. Perdi as cores brilhantes dos meus cabelos e dos meus olhos. Baxei a cabeça diversas vezes por submissão. Mesmo cansada, ou doente, ocasionalmente ia trabalhar sem que o meu esforço fosse reconhecido. Recebi baixos salários anos após anos, sem nunca reclamar. Perdi a infância dos nossos filhos e estou me arriscando a perder a dos meus netos... CHEGA! Ontem fui dispensada dos meus serviços apenas com um breve elogio do meu trabalho e com um cheque que me idenizava os anos passados naquela fábrica... Cravaram-me uma espada pelas costas marido!»
«Não pode ser», disse o homem, já sentado na cama a olhar o cheque que ela tinha lhe entregue na mão.
«E por este facto, e com este dinheiro, vou realizar os meus sonhos. Vou viajar contigo para o lugar mais interessante que houver ao nosso alcance. Iremos refazer as nossas vidas longe daqui. Recomeçar! Não será tarde, vais ver. E assim, além de não sentirmos pena de nós, construíremos uma nova vida sem olhar para trás. E daremos a alegria de ver chegar os nossos filhos e netos para passar as férias conosco em um lugar diferente para todos!», disse ela, decidida.
«Então e eu? Eu ainda trabalho naquela fábrica!»
«Já não meu querido, já não!», falou ela entregando-lhe o cheque que ele também tinha recebido pelo correio.
...
Entreolharam-se e decidiram... Sem mais palavras.

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