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segunda-feira, 16 de junho de 2008

A casa no penhasco

«Minha vida é como uma casa no alto do penhasco»
O homem que vivia ali, pensava assim
a se comparar com a sua própria casa.

«Minha vida é como uma casa no alto do penhasco»
O homem que vivia ali, andava na praia deserta
e levava o seu único paletó e o seu único sombrero

«Minha vida é como uma casa no alto do penhasco»
O homem que vivia ali, viu o mar em trabalho de parto
e seus passos se encaminharam para a água

«Minha vida é como uma casa no alto do penhasco»
O homem que vivia ali, sofria de amor. Perdera a sua amada.
e como já não tinha lágrimas para chorar,

Bebeu toda a água do mar que envolvia a casa do penhasco.

(Joice Worm)

Este poema foi inspirado no Post "No love without tears" do Blog do poeta de cognome "Só eu"... Manhãs de Inverno. Pelo qual agradeço a ele.

5 comentários:

Ricardo Silva Reis disse...

Brilhante! (e tanto mar...)
Acho que nos vamos visitar muitas vezes. Por mim será um prazer (sempre gostei de ler boa poesia)
Beijinho terno

Joice Worm disse...

Esqueci de dedicar o poema a inspiração do seu Blog "Só eu", mas vou já corrigir a minha falha!

xistosa, josé torres disse...

Belo poema.
Talvez tenha feito bem beber toda a água que envolvia a casa do penhasco.
Assim, deixou de viver numa ilha .

Aline Romero disse...

"..Já não tinha mais lágrimas..."
Pobre homem. Isolando-se num penhasco, além da ultima lágrima, ficara sem o ultimo sorriso tbm!
Belo poema...! Parabens!

Joice Worm disse...

Torres,
Assim ele passou a fazer parte do oceano e virou lembrança do passado. Quando sua amada voltar ao penhasco onde ele se encontrava, já não estará lá...

Aline,
Há pessoas que se isolam por uma série de motivos. Este por acaso e por sacrifício de amor, deixou de amar a si próprio. E não esperou, realmente, para ver "mais" sorrisos. (Vou te ver agora mesmo!)