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terça-feira, 26 de junho de 2007

Artur e Carolina

Artur via as pernas de sua amada todos os dias pela porta da sua oficina.
Como se encontrava em um nível inferior do passeio em que ela passava todos os dias, ele não perdia um só dia em que ela fosse andar por ali.
Carolina era enfermeira e cumpridora de suas tarefas e horários. Não sabia que Artur estava perdidamente apaixonado por ela e muito menos que ele apreciava as suas pernas todos os dias...
Um dia ele disse a um amigo... «Está vendo aquela mulher que ali vai?...Um dia ela vai ser só minha» e completava, «... e como é enfermeira, com certeza é a mulher certa para cuidar de mim na minha velhice!».
Mas quis o destino que as coisas fossem diferente daquilo que ele imaginava... Artur naquela manhã, trabalhava tranquilamente e esqueceu da sua amada. Não olhou para cima para esperar que ela passasse na mesma hora que estava habituada... E ela passou, mas ele não viu. O que aconteceu, é que ele OUVIU um barulho terrível de um carro que travou bruscamente na rua e um grito pavoroso.
Artur saiu a correr da oficina e viu que a roda de um caminhão tinha soltado e rolando foi atingir a sua amada no passeio, onde se encontrava desmaiada e com sangue a sair da sua cabeça.
Artur ficou desesperado. Nunca pensou que a primeira vez que lhe abraçaria como estava a fazer, seria naquelas circuntâncias.
Chamou por socorro e rapidamente veio uma ambulância. Ele só teve tempo de dizer a um amigo para lhe fechar a loja e fez questão de acompanhar Carolina até o Hospital.
Quando chegaram, viu que todos os seus colegas vieram ver o que lhe tinha acontecido, e o trataram como se fosse o companheiro dela. Levaram-no para uma sala e lhe deram um calmante. Passado uns minutos, um psicólogo clínico veio conversar com ele e dizer que a partir daquele instante Carolina iria precisar de todo o amor e carinho que ele pudesse dar, pois o golpe que ela teve na cabeça e os ferimentos nas pernas, não teria outro remédio. Ela com o tempo recuperaria a memória, mas infelizmente iria perder as pernas.
Nunca mais Artur a deixou. Consta que assim que ela recuperou a memória, já sabia quem ele era e aceitou o convite de casamento. Hoje, eles já tem dois filhos saudáveis. Uma já enfermeira e o outro segue os trabalhos da oficina do pai.
(E viveram felizes para sempre... Até que...)

3 comentários:

Manoel Virgílio disse...

Eu já havia lido alguns contos dos seus e gostei muito, mas não consegui deixar comentários. Vamos ver , hoje. Seus contos são diretos e objetivos, nem por ieto deixando de criar um climax para a estória. Parabéns. Vc tem a veia de escritora. Manoel Virgílio

Anónimo disse...

joice, desculpa à imenso tempo não te dar atenção, isto anda um tanto sem jeito para coment. e estar a faze-los sem nexo é preferivel estar quieto
A tua alma é mesmo de escritora, tu encantas com tudo o que escreves,tu és enorme e só quero saber para quando o dia da tão ansiada estreia.
Vais muito longe minha amiga, muitos beijinhos e desculpa-me uma vez mais.

Joice Worm disse...

Obrigada pelos comentários meus amigos, e pelo incentivo também. Sendo assim, vou preparar o desenvolvimento desta história...